Pedro Antônio e Ana Elisa
Porque a D. Mariinha Fayet entendia de tudo o que era cor por gosto ou por moda. E valia automóvel, chapas de moldes pra dentes e mesmo o formicida em pó.
Mas, como a Nasa dizia, fosse porco, leitão, pessoa, quando dá a primeira coisa, no mundo, na cabeça fraca, a tendência é sempre se repetir.
Se repete uma face triste, um choro por ente querido, até as coisinhas alegres, raramente, inventam de voltar.
Trazer Cadeirinha de Belém, por exemplo, paciência, só de vez em quando. Iluminar cabeça de abóbora, também nunca mais.
A D. Mariinha não falava, só cantava no começo do derrame um pouco.
Mas se via nos olhos dela que ela dizia, ô querido!, pro Pedro Antônio. E o Pedro Antônio parece, com vergonha, não olhava e devia morrer de obrigação.
Já era educada aquela gente!
Jogar bola chorando, ficar criança feliz chorando, não podia. Não podia porque ia sair sangue do nariz.
E a Ana Elisa também brincava no jardim. Na praia em metade de ano. E brincou também no pomar iluminado que numa noite ficou.
Trecho de Cozinha Gorda
pr
<< Home