Ladainha
Mudaram a beirada do cagar das pombas
Mudaram de astúcia, ficaram birutas
Mudaram o trajeto num vôo de circo
Mudaram os partidos, que parto custoso!
Mudaram o cinismo com cordialidade
Mudaram a criança, coitadinha, assava!
Mudaram a goteira lá do céu aberto
Mudaram o alpiste, um bico no tráfico
Mudaram o asfalto, caíram no samba
Mudaram o sorriso, virou incumbência
Mudaram de guerra e ainda mataram
Mudaram a pedido, mudaram de seio
Mudaram de sexo por sobrar dinheiro
Mudaram de coração — e em cima da hora
Mudaram a escrita por mil imprevistos
Mudaram de zinco porque deu na telha
Mudaram o tesão na curva do joelho
Mudaram de prazo, precisos, sem freios!
Mudaram o rebanho prum prédio de ferro
Mudaram o estrago de forma esquisita
Mudaram o castigo por pura promessa
Mudaram as carícias, acompanhe a tonteira
Mudaram pra gelo essa água tão mole
Mudaram de ciúmes por um outro afeto
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