Em janeiro faremos aniversário
Em janeiro, eu e a nossa paróquia, um curtume falido, eu e a nora do Têna, ouvi dizer que um oceano vai fazer.
Em janeiro faremos aniversário, eu e a Casa do Prego, a guria da farmácia, um famoso Theo MC.
Não sei quem é. E quem mais houvesse nascido faria sem eu saber.
Faremos aniversário, eu, se viva, a Dona Alda, o encanto perdido, aquela casa encarnada lá de Bom Jesus.
Alguém da família Jardim. Alguém que ainda use colete, alguém que procure no shopping o emplastro Sabiá.
Em janeiro, eu, os bancos e as vidraças da igreja. Eu e a Vicenzia de niver, eu, ela e o seu guri.
Em janeiro temos o Santo da Casa. Eu e o Rio de Janeiro. Eu e São Paulo também.
Em janeiro faremos aniversário, sem nenhuma descendência, eu e a D. Joana Joanin.
Em janeiro faremos aniversário sem nenhum barulho, quietinhos, bem lavagem do Bonfim.
Em janeiro inventaram a tabuada, pariram o Mike Tysson, a minha Gerítzia de ficção.
De janeiro é a Rô do Rudi, a Têre, mãe da Dadá.
Em janeiro faremos aniversário, eu e o carnê já vencido, a criança da Lê, o Xis do Seu Bento e a altura do capim.
Em janeiro faremos aniversário, eu e a pintura da casa. A Elvira do Lauvir.
Em janeiro faremos aniversário, eu e um ex-Presidente, aquele noivado difícil, a morte da minha irmã.
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