OBRA     AUTOR
         


Vitrola dos Ausentes
Clique aqui e leia um trecho.


Nova Edição



Clique aqui e leia.


DEMAIS LIVROS


Glaucha
Clique aqui e leia um trecho.



Iberê
Clique aqui e leia um trecho.




Valsa dos Aparados
Clique aqui e leia um trecho.




Missa para Kardec
Clique aqui e leia um trecho.



Quando cai a neve no Brasil
Clique aqui e leia um trecho.


Cozinha Gorda
Clique aqui e leia um trecho.


As luas que fisgam o peixe
Clique aqui e leia um trecho.

Coletâneas


Meia encarnada, dura de sangue
Clique aqui e leia um trecho.



Cem Menores Contos

Clique aqui e leia um trecho.



Contos Cruéis

Clique aqui e leia um trecho.



Contos do Novo Milênio

Clique aqui e leia um trecho.




 

segunda-feira, novembro 13

A noite por fim te foi leve

Não amem!, gritava a louca.
Não amem!, parecia um consolo, Não amem!, triste de ouvir.
Louca, louca, louca, ela gritava bêbada e jogaram uma flor. Uma flor como uma sátira de porta de bar.
E estava ali. À porta do bar e beijou a rosa. E entre o fio dos lábios calmamente esse balbuciar que era da mais pura estimação:
Não amem!
E disse, não amem! E aumentou o volume de sua loucura e com a flor junto ao peito nesta lamúria sentimental abusou com todos à porta a hipotética cravada que levou ao peito.
Hipoteticamente se cravava e gritava, louca, não amem!
Havia estrelas no céu e o céu era pobre.
Era um violento céu para a tristeza dela, tristeza bonita, havia a rosa em seu peito.
Ah, homem em fuga, ah, homem filho da mãe com seu tempo de lábios quentes quando fez o coração dessa mulher só seu. Único. O coração de uma mulher no mundo só pra ele. E não soube ele o coração!
Abram!
Rasguem também com ela agora o vestido por isso: não soube ele o coração.
Louca. Louca de amor.
Agora o peito, mulher descalça, seu humano sofrer.
Urro de não amem perfeitamente bom.
No chão, seu olhar. Estendam a mão ali. Estendam a mão e façam deste um momento de amor.
Momento de amor porque dói o peito dela. Porque é o seu coração!
Louca. Louca que não ama mais. Louca que amará louca pra sempre o seu único homem a quem acenou o buquê. A quem acenou o amor, o carinho que lhe deixou aos pés.
Louca e espaçosa agora. Louca com essa rosa presa às mãos.
É uma cena apenas.
Uma cena triste, cena de amor.
Mulher que não chegou a ser mãe. Mulher apenas que brada desmedida o seu apego ainda mais.
Loucamente apaixonada com seu terno aceno de apego a negar: Não amem mais.
Pisa o cascalho e grita ao seu desvalor amando ainda, louca, louca, em si.
Não é fuga. É amor.
Sigam seus dentes. Seus dentes rangem, vejam! Seus dentes trincam, vejam!, e ela pede com puro olhar de mãe sem ser.
Só amada, amante, erguida que se vai.
Mas haverá cela, tamanha prisão para o que levam?
Nenhuma grade haverá. Cárcere nenhum ou beijo longo que lhe aplaque esta imenso amor haverá.
Não amem, grita.
E a cidade, com seu afeto materno, acolherá a sua filha assim.
E ficará só o silêncio. Só, só e só.

pr