Não escrever
dar vida à chama
é abandonar a memória
o seio da amada
é condenar-se sem pedido ou direitos
É não poder dizer do azul
do que se pensa da dor
é um parto sem luz,
é, portanto, calar a vida
Deixar de escrever é a hora de uma despedida que se perde
Se não se escreve,
onde a morte?
onde a sinceridade de uma água servida?
Resta o nada,
a névoa em que se solidifica o fraco
O pé da Igualdade está no que se escreve
Diversão, blasfemar,
escrever é esparramar o feijão escolhido
É um mar, seguramente
Não escrever, por oposto, é o vazio
o vazio de um corpo sem alma
um circo triste
um circo aos pedaços que o vento não sopra
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