OBRA     AUTOR
         


Vitrola dos Ausentes
Clique aqui e leia um trecho.


Nova Edição



Clique aqui e leia.


DEMAIS LIVROS


Glaucha
Clique aqui e leia um trecho.



Iberê
Clique aqui e leia um trecho.




Valsa dos Aparados
Clique aqui e leia um trecho.




Missa para Kardec
Clique aqui e leia um trecho.



Quando cai a neve no Brasil
Clique aqui e leia um trecho.


Cozinha Gorda
Clique aqui e leia um trecho.


As luas que fisgam o peixe
Clique aqui e leia um trecho.

Coletâneas


Meia encarnada, dura de sangue
Clique aqui e leia um trecho.



Cem Menores Contos

Clique aqui e leia um trecho.



Contos Cruéis

Clique aqui e leia um trecho.



Contos do Novo Milênio

Clique aqui e leia um trecho.




 

domingo, outubro 1

Mariinha

Na casa da Mariinha era um cheirinho de café de longe e o modo de preparo era ser amorosa como ela adorava fazer. Com muito amor, num assoprar bem doce e de ir aos poucos escaldando o coador.
Demorava um tempão fazendo cardápio e não vai justo ela ficar na situação dependente depois!
A Mariinha ficou de comer pelo nariz ovo inteiro e legumes cozidos, sem contar que lhe davam batata média e ainda feijão.
O cheiro do café torrado! O cheiro do café torrado!, gritava e o mundo inteiro atendia ao mimo.
E por isso era uma injustiça e um sofrimento o que lhe aconteceu. E umas e outras ficavam enciumadas. Mas pra Mariinha continuava tudo igual. Nem Marmelo, Pedro, Anselmo, cabelo de galinha, fazia que a Mariinha na vida saísse do que diz a bíblia.
Porque mãe não vê defeito, rotariana, jubilada, a Mariinha não queria que guardassem coisa ruim. Nem da família, do município e nem do mundo.
Porque vaidade pra ela não prestava e, quando se via apertada, inventava de agir assim: de dizer pra alguém que ela ia torrar café e ia torrar café e saía dali.

Trecho de Cozinha Gorda, que chamaram em Bom Jesus de "esperança"