O feijão e o azul
é um cínico, confessa
poeta põe asas no azul
O poeta é um risco
ele atenta
o poeta gosta de maliciar
aos miseráveis, processa
o poeta não presta
vive de vento
busca o nada
espuma no mar
O poeta de tão abstrato é um babaca
O poeta
de tanto que se embaraça
o poeta empina o nariz
é um trompetista de silêncios
ser poeta é ser turfista
poesia é apostar
cochila de saudade ali um poeta
e o poeta marca o seu gol
quando levanta
se lava, ama
sofre, morde
quando, poeta, come feijão
diariamente, comum!
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