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segunda-feira, setembro 18

Carta à Stela

Cara Stela:
Em teu nome, Stela, ou melhor, em nome de algumas coisas que sobraram, talvez miúdas, talvez muito significativas, mas coisas nossas ainda, preciso dizer.
As direi, talvez a mim, dispensadas a ti.
Sim, porque já não interessa o que fiz o que faço, como estou, aonde vou.
É tácito, eu percebo: a gentileza com que ainda me atendes é fruto de tua educação. Atender meus reclamos, minhas chatices, é uma forma de ser gentil e polida e logo se livrar.
Não, esta carta não será um porre. Ela será bem bacana, sincera e só.
Já não vou às esquinas, Stela. Já não tenho saco para a espia que humilha.
Espiar, espiar, quantas vezes fiz isso?!
Já não faço. A cidade ficou grande. Já não fico pirado ao onde andas e com quem.
Fico furioso é quando recaio como ontem aconteceu.
E fico feliz em me ver ainda bom coração, logo recuando das coisas graves que mais uma vez desferi.
Fera ferida. Fera ferida de amor, mas amor que começa a esmaecer. É tão triste constatar isso: começa a esmaecer, Stela.
Teu Pedro (amigo à primeira vista e de um imenso amor que nunca senti por um não parente meu), teu Pedro seria “o meu filho”.
Repito: Pedro seria o meu filho!!!
Não o será. Lamento.
E o casamento previsto nas cartas?
Erro. As cartas se embaralharam, infelizmente.
Mas onde quero chegar, sem ser dramático — será que estou?
Onde quero chegar, Stela, é apenas dizer:
Não seremos amigos, nunca seremos. Fomos o amado um do outro. Não se retrocede à amizade, que é princípio do amor.
Fomos amados e é isso que vai ficar.
Respeitarei o que nos prometemos, Stela. De nada me arrependo, mas a minha saúde implora que eu agora cesse...
Ok, eu sempre exagero (és gentil!, és disposta!), é apenas uma mulher.
E tá difícil, está sendo do cachorro e ontem eu recaí...
... sou humano. Sou um super HUMANO e recaí.
Recaí por solidão! Solidão que às vezes me pega a mão e faz escrever coisas assim.
Receba agora.

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