Aprendiz do repouso
Repouso é pousar a alma na palma da mão. No edredon, na linha do tempo que não se esvai. Repouso é quando o ser coagula, sangue parado, no bem quente se é frio e ficar assim.
Na ressaca da gripe, na gangorra do bem-bom. Do mimo, da cisma de não levantar pro café.
Repouso não é doença, é cura. Repouso não é rock, é valsa, sinfonia, um adágio sem pé. E nem cabeça, é o tronco da canção que se pode admirar. Bem no meio da tarde é ficar estendido no sofá.
Repouso.
Repouso é vidão, massa mesmo, repousar com cachaça é o melhor! Um gim, a tônica, um campari, quem não pensa na praia do ano que vem?
Repouso é desempregar recebendo. Repouso remunerado vai cair num cuecão. Nossos dólares afastados, dinheiro pra repousar. Bem suíço, o que seja, é dinheiro fora de circulação.
Isso é repouso. Ficar de fora, de papo, é estender a gaiola do pássaro pro pássaro fugir. Repousar as asas no sol, atravessar a nuvem bonita e depois voltar. Repousar no alçapão.
Repouso é retorno. Quem volta sempre pede pouso, dá oi, de casa!, será que posso entrar??
Pro pouso possua a senha: é ser tranquilão! E pouso dobrado é quando se diz assim: RE-pouso.
Quando se briga, repousa o amor. Por isso reemposse, espose, vá se casar outra vez. Pra ver como é bom.
Ser casado e caseiro é uma forma de adormecer melhor. É se recolher às 9 e repousar sem dormir. É a hora de encomendar um filho a Deus!
E repouso no ventre é semente, o começo. E depois que se sai aos tropeços é tratar de aprender: o repouso, até morrer.
pr
<< Home