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segunda-feira, julho 3

O Atlas

E o Seu Vantuir Fayet em horas de amizade dizia que tinha treinado como se suportar o mundo.
E ensinava ao Pedro Antônio que a gente suporta o mundo nas costas de pessoa fazendo assim: que um até pode ser pequeno e segurar ou equilibrar o mundo ou a vida conforme a situação se apresentasse ruim.
O mundo é mais pesado que a gente, certo?
O Seu Fayet dizia, pois é. Que o Pedro Antônio devia primeiro ver a distribuição do mundo que ele ia colocar nas costas dele.
O mundo devia ficar bem dividido pra ficar equilibrado, não pender pra lado nenhum.
O peso do mundo.
O Seu Fayet dizia que agora sim, o mundo já tava adequado nas costas do Pedro Antônio, porque ele via que o Pedro Antônio conseguia se equilibrar.
Mas, se fosse um peso de um mundo maior, o Pedro Antônio devia ficar com os pés mais separados, as pernas mais abertas, na largura dos ombros no chão.
E que a largura dos ombros na sombra é fácil de medir.
É só se ver a sombra na terra e ir dobrando os joelhos como a tal.
Ó!
Vai devagarinho e o mundo por mais pesado continua nas costas sem cair.
É assim que se suporta o mundo: com a parte das pernas dobradas, se dobrando o peito pra direita como o Atlas fez.
Era fácil.
E o Seu Fayet dizia, experimente em mim.
O Seu Fayet dizia, faz de conta que tu é o mundo e trepe aqui bem assim em mim.
Ó! Nem cai!
E agora o mundo mais pesado. Venha junto Ana Elisa.
Viu!
Tão os dois nos meus ombros. Não deixo nenhum dos dois cair.
Fácil.
Desça aqui pela cintura e agora tentem fazer.
O Seu Fayet, por ser magro, fazia com o corpo muitas coisas. Se desdobrava, sabia boxe, lutava até.


Excerto da novela A canção das panelas