Cultura sem cabeça
É um retrocesso, pois a Secretaria da Cultura é uma conquista, depois de anos de reivindicação, não só dos intelectuais, mas principalmente de setores significativos da cultura da cidade, que vai desde o carnaval, passa pelo organizado grupo de Teatro de Bonecos, músicos amadores e centros comunitários da cidade e do interior.
E uma conquista que, na prática, deu à administração Pepe Vargas, sem dúvida, a oportunidade de valorizar a cultura em seu mais amplo sentido. Houve, acima de tudo, a descentralização e tornou um pouco menos elitista o acesso a espetáculos e produtos culturais.
Independente de cor partidária, quem acompanha a cultura da cidade sabe que este foi um dos pontos certos da administração anterior. Cito apenas exemplos deste acerto: a restauração e abertura do Centro de Cultura Henrique Ordovás e a implantação do Fundoprocultura, que oportunizou a jovens e nem tão jovens de Caxias (entre eles, eu), o lançamento de seus livros, discos, filmes, revistas, peças de teatro e saraus.
Lembro dos ótimos momentos da Orquestra de Sopros, da Cia Municipal de Dança e da cena teatral que, hoje, salvo resquícios da atuação anterior (e porque José Clemente Pozenato, quando secretário, soube valorizar aquele bom trabalho, mantendo inclusive parte da equipe) tende voltar ao ostracismo.
A ausência de um titular do meio cultural, desde a renúncia de Pozenato, relega sim a cultura. Antônio Feldmann (nosso ex-aluno da UCS) assumiu para “conhecer melhor a área”, mas é também o responsável pelo projeto de extinção da Secretaria da Cultura.
Estou enganado?
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