Sincronia
Amargo, te enchi, ofendi, fui humano, aprendi e fiquei melhor.
Eu fui prum cantinho daquela igreja, lembra?, eu era o ateu a dizer: Senhor!
Adeus, teimosia, por ti.
Eu fiquei mais bem-humorado, sim. Deixei os ciúmes, as brigas, abracei-me de apego e menos opinei.
Partilhei mais.
Eu te chamei, predileta, bem ou mal, sempre na festa, você me estimulou: fez chorar, me fez rir, fez gemer, deu calor e estendeu a mão.
Passou as madrugadas comigo, às vezes, muitas vezes, sem estar.
Afastou a solidão sem vir.
E eu te estive e eu fiquei triste e eu muito sorri.
E eu escrevi aos milhares, aos bilhares, aceitei e pedi desculpas, eu acho que te animei.
Ainda menos, devia ser mais.
Por que no carnaval eu não estive, aquele encontro foi adiado, mas o meu ciúme incontrolado foi como prova do gostar.
Precioso gostar.
Bonito e verdadeiro, gostar que não se conta e se guarda pra si.
Mas eu conto dele, das minhas cuecas-furadas, das minhas barbeiradas por não saber dirigir.
Meus erros, as metáforas, e os nossos pensamentos escritos de uma vez só.
E eu acho que se falar junto não é ser mal-educado, é estar sincronizados, é amor.
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