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sábado, maio 6

O eterno momento: a entrevista

Pergunta: O senhor, hoje, disse que não gosta de gêmeos porque eles se parecem muito, que isso lhe assusta... e os anjos e os fantasmas, também não se parecem tanto?
Quintana: Os meus anjos não são os meus fantasmas. São criaturas diversas, habitantes dos meus poemas.
Pergunta: E Quintana. Quantos são?
Quintana: Há o Quintana poeta, coisa que só acontece quando ele está fazendo poemas. Por isso, quando me perguntam: “O senhor é o Mario Quintana? Eu respondo: Às vezes!”
Pergunta: Como é o poeta Quintana em relação ao poeta medalhão (ele havia concorrido duas vezes à Academia Brasileira de Letras e não conseguira eleger-se)
Quintana: O poeta Quintana “Medalhão” é a última encarnação do poeta Quintana propriamente dito. Ele tem saudades de si mesmo, daqueles tempos em que era um poeta anônimo.
Pergunta: E as homenagens que lhe prestam...
Quintana: As homenagens vieram tarde. As homenagens e reconhecimentos teriam de ser na juventude, ou o ideal seria viver de trás pra diante.
Pergunta: O poeta não é afeito a amizades novas. Como é aquela estória de que “é difícil estabelecer novas amizades porque uma amizade se baseia em velhas recordações em comum”?
Quintana: Não, não é assim. É: “com as amizades novas compartilhamos as esperanças dos moços, da mesma forma que compartilho com os velhos a saudade do passado.”
Pergunta: E os sonhos?
Quintana: Ah, precisaria que eu fizesse um tratado... são tantos.
Pergunta: O senhor não gosta de entrevistas. Qual foi a pergunta mais absurda que lhe fizeram?
Quintana: A pergunta mais absurda que me fizeram foi: De que tratam os seus livros?
Pergunta: E o erotismo na sua poesia?
Quintana: O que você denomina, impropriamente, de literatura ou poesia erótica, deve ser a poesia amorosa, sentimental ou sensual. Da primeira, são a maioria dos sonetos de A Rua dos Cataventos. Há leves exemplos da segunda no “verão” Dos Apontamentos de História Sobrenatural, e na “oferenda”, Dos Esconderijos do Tempo.
Pergunta: Como é o seu processo de criação. Há momento (um estado especial) ou é a toda hora?
Quintana: Vem a qualquer momento, como um relâmpago. O problema é fixar o relâmpago. Aí vem a luta do poeta com as palavras, até que estas expressem o que ele queira dizer. No fundo, a poesia é isto: a eternização do momento.