Silêncios cruzados
Palavras que saem assim misturadas são o mel e o sal. É um poente com a Lua grudada, é a natureza que fica abortada na bagunça da expressão.
No Congresso é joio e trigo. Muito feio no rádio. O conceito de tal trapalhada é o que chamam “discussão”.
Eu só tenho dois ouvidos. Por favor, me digam, qual o remédio em procissão? Querem rezar contigo! Coletivo e super ligeiro, já viram como oram os irmãos da Universal??
Parece até teimosia. Sim, por ciúmes, carinho e apego eu já vi dois filhos falando por dez!
Opinar é partilhar, tenho escutado. Só que os sujeitos exageram, gritam, se escabelam, e o bem? Onde o mal?
Falar junto dá nisso. Já me fez rir, é de chorar. Eu já estive em “assembléia” em que se taparam bocas com a mão. A boca do outro, claro. Porque parecia um encontro de bêbados, imagine a cena aí...
E duas mulheres?!? Me digam. O que é que se entende em duas mulheres que perderam os papéis??? É a bolsa ou a vida, parece. E eu aqui me indispondo com elas, como já me estrepo com todo o leitor.
É que já disparei milhares de palavras aqui. Juntas, porém disfarçadas, umas que outras vírgulas neste meu sopetão. Chamaram estilo. Eu sorri (poucos me entendem!), vocês nem sabem o ouvido que eu apurei.
Treinei em Laguna, no carnaval retrasado. Aquilo é Sodoma e Gomorra, experimentem ir lá orelhar. É só um pedir e aceitar desculpas, uns 300 mil catarinas querendo dizer.
Bah! E eu que já ouvi tantas palavras cruzadas sempre me aquieto por não saber dirigir. Já prestaram atenção num acidente de carro? É precioso. Eu aprendo com eles. É o discurso da ânsia, da pressa, emergência, da suprema falta de educação.
Por isso, se querem saber, falar junto só dá certo em paquera: porque são ditas as mesmas coisas (os olhos!, os olhos!) e já é o prenúncio de um grande amor.
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