OBRA     AUTOR
         


Vitrola dos Ausentes
Clique aqui e leia um trecho.


Nova Edição



Clique aqui e leia.


DEMAIS LIVROS


Glaucha
Clique aqui e leia um trecho.



Iberê
Clique aqui e leia um trecho.




Valsa dos Aparados
Clique aqui e leia um trecho.




Missa para Kardec
Clique aqui e leia um trecho.



Quando cai a neve no Brasil
Clique aqui e leia um trecho.


Cozinha Gorda
Clique aqui e leia um trecho.


As luas que fisgam o peixe
Clique aqui e leia um trecho.

Coletâneas


Meia encarnada, dura de sangue
Clique aqui e leia um trecho.



Cem Menores Contos

Clique aqui e leia um trecho.



Contos Cruéis

Clique aqui e leia um trecho.



Contos do Novo Milênio

Clique aqui e leia um trecho.




 

segunda-feira, abril 24

Carta aberta a um amor

Querida!
Venho por intermédio do meu coração dizer do sentido, dessa coisa tola, intensa, a paixão mais profunda que já vivi. Não é pouco, minha cúmplice! É andar por aí perdendo o sono, o tino, com ciúmes, mandando o mundo inteiro pro escambau.
Tão bom não mandar flores. Meu amor, receba então nestas linhas as melhores recordações. É buquê, carinho, espécie de um filmezinho que repasso por nós. O melhor de tua preguiça, sou eu acordando feio e você a lembrar de fazer xixi. E fez um xixi bem na íntegra e lembra, pequena, que dia feliz?!
Humhum! Coisa boa, nem te conto. Foi você quem adiantou o trabalho só pra vir abraçar. E eu tremi os braços, tu, as pernas, e assim construímos ofegantes o instante feliz. Na mansidão do peito, a cabeça. E o teu colo que aconchegava o Martini que bebi!
Ah, que eu te conto em público!! Nós ouvimos Nelson Ned. Nós gostamos de pêssegos sei lá por quê! E também de boa pizza, bordas, massa grossa, nós sempre lembramos a melhor refeição. Amor, pré-amor, pós-amor... O amor lembrado. E a cuca sabor de framboesa. Lembramos dos nossos cafés. E sorvete, pato, javali, até amora, você não fez a pipoca que eu comprei... E eu comprei microondas. E vinho tinto, já disse?, eu parecia abobado quando aprendi chimarrão.
Eu te apelidei de pássara. Eu invoquei a cópula das águias num verso de doer. Era a nossa intimidade e olha a nossa intimidade aqui.
Quero dizer o que com esta carta? Quero dizer que o nosso amor é público, imensurável, miudinho, igualzinho a todos, pois. Nós que o construímos. Ele conquistado por nós. Com nossos defeitos e falhas, aprendendo como se faz: amor marcado, amor amadurecido, amor inconstância de nós. Gênios fortes, almas afinadas. Tu és a mulher mais amada que aconteceu.
Brava! Pássara!
E por isso publico, e por isso adoeço, uso por toda a vida o teu creme dental. E no sabor dos teus dentes roçados a minha língua que busca as palavras por dizer.
Eu te amo!
Coisa universal. Isso que todos dizem, confundindo o tu com você!