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sábado, março 25

Jornalista ou escritor?


A Claudete Travi é nossa aluna na UCS e está fazendo uma matéria para a disciplina da Biba, sobre a relação entre o Jornalismo e Literatura. Olha aí as respostas, Claudete, na corrida.
1- Você acha que o currículo de jornalismo privilegia a escrita/produção textual?
Acho que não. O curso é essencialmente técnico, privilegia muito o “laboratório” e tem pouca teoria e exigência de leitura que, ao fim, é o que forma não só um ótimo profissional, mas aperfeiçoa o cidadão. E a imprensa precisa destes dois cada vez mais.
2- Você acha que a modalidade de jornalismo narrativo (imersão do repórter na realidade/humanização) vem sendo praticada no jornalismo de hoje? Por quê?
Infelizmente, muito pouco. As revistas semanais ainda tentam algo próximo. Mas experiências como a revista Realidade, que é o ideal e jornalismo correto, estamos longe de ter. Mas, isso não quer dizer desistência, devemos lutar sim por essa "utopia", no sentido da utopia como o ideal, o jornalismo que enaltece as qualidades do homem e denúncia as suas fraquezas.
3- Você acha que os leitores de jornal/revista têm vontade de encontrar este tipo de jornalismo (Jornalismo Narrativo) no dia-a-dia?
Sem dúvida. Há uma enorme carência, uma demanda reprimida por reportagens humanizatórias, de conteúdo, que tragam um texto próximo da literatura. Isto é, uma reportagem que, além do conteúdo, fisgue o leitor pelo estilo e por idéias bem estruturadas.
4- Caio Fernando Abreu dizia que odiava tudo que escreveu em jornais e revistas, mas tinha que fazê-lo para sobreviver. Dizia, também, que no Brasil há escritores de finais de semana e feriados. Como você se sente exercendo paralelamente a profissão de jornalista com a de escritor?
Não acompanhei tanto a fase de jornalista de Caio, não posso opinar. Mas se ele fez a sua crítica, ninguém melhor do que ele para avaliar. Eu tenho no jornalismo hoje o meu ganha-pão em sala-de-aula. E colaboro no Pioneiro. Colaboração que me serve de estímulo, como um espanta preguiça para escrever. Mas não me influência em nada, não.
5- A convivência das duas funções beneficia ou prejudica alguma delas ou quem as exerce?Prejudica muito para quem está imerso na ficção, sim, porque dispersa, interrompe o fluxo do texto. Ajuda, como tudo ajuda, porque a partir do jornalismo, que é uma experiência da realidade, do factual, você pode depois se expressar melhor na ficção.
6- Você acha que o jornalismo pode "fazer" escritores? Sabendo que Machado de Assis foi escritor nas redações de jornal, Gabriel Garcia Marquez foi Prêmio Nobel de Literatura?
Pode fazer escritores, como temos vários exemplos: Tom Wolfe, Gabriel Garcia Marquez, Euclides da Cunha, etc, etc... Mas há alguns que fugiram do jornalismo, exatamente pra poderem escrever. Hemingway é o caso mais notável. Ruy Castro, o mais próximo.
7- Quem deve mais a quem, o jornalismo ou a literatura?
Não, não é uma relação de compra e venda. É uma relação de mútua troca. Mas, de novo, Hemingway. Você deve ser esperto o suficiente para saber quando nesta relação de troca você começa a perder. Aí, deve cair fora. De um, ou de outro. É questão de escolha.