OBRA     AUTOR
         


Vitrola dos Ausentes
Clique aqui e leia um trecho.


Nova Edição



Clique aqui e leia.


DEMAIS LIVROS


Glaucha
Clique aqui e leia um trecho.



Iberê
Clique aqui e leia um trecho.




Valsa dos Aparados
Clique aqui e leia um trecho.




Missa para Kardec
Clique aqui e leia um trecho.



Quando cai a neve no Brasil
Clique aqui e leia um trecho.


Cozinha Gorda
Clique aqui e leia um trecho.


As luas que fisgam o peixe
Clique aqui e leia um trecho.

Coletâneas


Meia encarnada, dura de sangue
Clique aqui e leia um trecho.



Cem Menores Contos

Clique aqui e leia um trecho.



Contos Cruéis

Clique aqui e leia um trecho.



Contos do Novo Milênio

Clique aqui e leia um trecho.




 

quarta-feira, fevereiro 8

Uma prova de amor

Ela não conhecia o sabor do mar. Ela não conhecia o sabor de nada, porque nasceu sem distinguir entre o açúcar e o sal.
Ela comia galinha, porque sabia que era justamente galinha, e era galinha e só.
Não tinha olfato.
Então, um dia, conheceu o seu homem. Um amor porrada, desses grandes, imensurável, amor regado a lágrimas e beijos bons.
Mas nem dessa lágrima soube o sal. Nem desses beijos sorveu o doce. Ela padecia ao sem-sabor desse bem que a vida lhe deu!
Um dia, foram ao mar. Juntos, pela primeira vez, foram ao mar. E essa mulher, essa mulher tão apaixonada pediu ao seu homem que lhe ajudasse a provar do mar. Queria saber o seu sabor...
Houve um espanto nele. Sentiu-se impotente, ignorante, um traste, um cara sonso, sem sal.
Não sabia como ajudá-la!!
Assim, enjoado, convidou-a ao mar. E brincaram, afundaram e sentiram o balanço e aquele medão que só no mar se tem.
Súbito, de uma onda (onda que a tragara antes), ela ressurgiu. E renasceu dessa onda então linda: parecia uma outra mulher. Era garça, fêmea, uma mulher parecendo muito mais madura aos seus 36!!!
Tão bela imagem!
Os cabelos em cachos. Os cabelos em cachos atirados às costas e uma curva descendo. Uma curva descendo pela espinha daquele corpo nu...
A espinha fazia de fato contornos até abaixo... digamos... até a sua nádega.
E esta mulher chacoalhava ainda os cabelos quando trouxe os dedos à boca. E bebeu o mar.
Esta mulher que trazia os dedos à boca bebia então o mar... E disse seu gosto, sim...
Ela disse: o mar tem o gosto que eu provo. E o mar tem um gosto de amor!
pr