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quarta-feira, fevereiro 1

Um amor pra não findar

Parece mesmo que Deus ia fazer daquela noite a maior noite do mundo. A maior dos séculos, a maior noite que já se viu. A noite seria mais que um manto, seria o próprio céu de avesso.
E, para enfrentar a escuridão, as trevas, o escuro, tudo que se avizinhava novo e não era bom — uma legião de saudade, lágrima, pesadelo, quadro sem tinta, o olho grande do boi — Deus pensou assim:
As pássaras e as fêmeas. Deixarei com as pássaras pálidas e as mulheres tristes o aconchego de todo o amor que de tão bom o mundo souber gerar.
As mulheres e as pássaras gostaram daquela súbita inspiração de Deus. E convocaram as outras fêmeas, as patas, as cabras, as cobras até.
E as pássaras de todas as asas, as mulheres brancas, negras, azuis, as mulheres vermelhas, rubras, combinaram o seguinte: que o amor gerado de cada um daqueles ventres seria como a noite de Deus. Um amor pra nunca mais findar!
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