Frei Getúlio quer apito
Frei Getúlio era gordão, taciturno, tinha a barba a esfiapar. Frei Getúlio se fartava num churrasco, admirava o tempo do vinho. Getúlio de Vacaria, Romano Lino Toigo, o capuchinho bonachão.
Frei Getúlio sabia grego, dominava o latim, o francês. Era um tribuno veemente. Perna do óculos nos lábios, trançando a barba nos dedos, remoía os problemas calado. Frei Getúlio era bota, bombacha, era sota-capataz. Frei Getúlio explodia em gargalhada, era índio em carnaval.
Frei Getúlio ia pra Rádio Esmeralda, escrevia pro Chateaubriand. Frei Getúlio não usava rascunho, catava no dedilhar.
Era prático, objetivo, o Frei Getúlio era a Lei. Interpretava os códigos, se autorizava no enfrentar.
Frei Getúlio o tempo todo ocupado, gênio organizado a liderar: o teatro, a cultura, revolucionou por lá.
Sua presença em Bom Jesus causou mesmo intrigas, amizades, trazia um projeto para a cidade.
Neste 2006, são 50 anos do Ginásio Nossa Senhora das Graças, que depois ganhou o seu nome: Frei Getúlio!
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