OBRA     AUTOR
         


Vitrola dos Ausentes
Clique aqui e leia um trecho.


Nova Edição



Clique aqui e leia.


DEMAIS LIVROS


Glaucha
Clique aqui e leia um trecho.



Iberê
Clique aqui e leia um trecho.




Valsa dos Aparados
Clique aqui e leia um trecho.




Missa para Kardec
Clique aqui e leia um trecho.



Quando cai a neve no Brasil
Clique aqui e leia um trecho.


Cozinha Gorda
Clique aqui e leia um trecho.


As luas que fisgam o peixe
Clique aqui e leia um trecho.

Coletâneas


Meia encarnada, dura de sangue
Clique aqui e leia um trecho.



Cem Menores Contos

Clique aqui e leia um trecho.



Contos Cruéis

Clique aqui e leia um trecho.



Contos do Novo Milênio

Clique aqui e leia um trecho.




 

segunda-feira, janeiro 23

Acalanto para mulher deitada


Dali, desse exato ponto,
nasceu a vontade naquele vento bom
E o desejo cresceu
E nesta ânsia forte
que parecia do mar para o céu,
pedia então aos dois,
ao mar e ao céu,
me dêem o homem
que com sua língua sensível e de fogo
traga para mim o amor
capaz de aplacar esse desejo que senti
quando o primeiro vento soprou

O céu e o mar então combinaram
e estava ali para ela o seu homem
E ela, súbito,
sentiu que o vento dera uma pausa
porque o próprio vento era o homem pedido

O céu e o mar cumpriram com ela o acordo
E o vento, então, macio,
mas, ao mesmo tempo forte,
definido com sua língua em fogo,
disse ao seu mais recente amor:
Deita comigo!
O vento disse: deita comigo,
e só!

E deitaram
E amaram-se
Amaram-se até a tempestade chegar e dizer:
Gozaram vocês??
Não vou por isso desta vez chover

E a tempestade se fez uma brisa calma
E repartiu-se em dias
De novo céu e mar
De novo céu e mar
De novo céu e mar
Paulo Ribeiro