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quarta-feira, dezembro 15

O Prêmio Açorianos

Escrevo esta crônica antes de saber o resultado do Prêmio Açorianos 2010. Promovido pela Secretaria de Cultura da prefeitura de Porto Alegre, é o prêmio literário mais importante em nosso meio. Livre de qualquer vaidade, o resultado que tenha ocorrido, a indicação de um estudo que fiz sobre Iberê Camargo (saiu numa coletânea, Tríptico para Iberê, que traz também textos de Laura Castilhos e Daniela Vicentini relacionados ao pintor) propicia uma reflexão.
Foram muitos os percalços, as pedras no caminho até chegar à indicação de agora (na verdade, não é a minha primeira vez no Açorianos; concorri com Vitrola dos Ausentes em 1994, e Iberê, o romance, em 1996, e não levei).
O texto presente na coletânea se intitula Que forças derrubaram o ciclista?, e considera o Iberê escritor, não o artista plástico. Leva em conta a sua breve, mas excelente, produção literária, seja no livro de contos No Andar do Tempo, ou nas suas memórias, Gaveta dos Guardados (além de textos inéditos, escritos em italiano e que tiveram a “leitura”).
Na verdade, ao escrever este ensaio (que também foi um impulso da UCS, pois é o resultado de um doutorado, exigência da linha acadêmica da instituição), pratiquei o texto mais linear, mais simples de uma trajetória que se pauta pelo experimentalismo como forma de expressão.
O estudo, por outro lado, é talvez o resgate de uma confiança depositada há tempos, desde o dia em que Iberê, em 1990, abriu as portas de sua casa e ateliê no Alto Nonoai, em Porto Alegre, para aquele “bico” de jornalista iniciante sem emprego fixo. Fui procurá-lo para um perfil que faria para a revista Veja, que jamais saiu. Ali começou uma breve convivência, da qual resultou um romance-reportagem e esta “queda do ciclista” de agora.
Iberê Camargo é o artista gaúcho mais representativo, que encontra talvez paralelo somente em Verissimo na literatura, e Lupicínio, na música.
Tive sorte de ter cruzado o seu caminho. Aprendi a sua arte, observei a figura humana, tive conteúdo para trabalho e ajudou a garantir o meu pão.
Ao lado de Marco de Menezes, um dos nossos melhores poetas e que também representava Caxias no Açoriano, fui conferir o resultado do prêmio. Qualquer que tenha sido, valeu!!
Crônica publicada no Pioneiro de hoje.

quarta-feira, dezembro 8

O Natal do Betinho

Ouvi a reprise da entrevista do Betinho, que foi ao ar na Páscoa deste ano, concedida ao Paulo Cancian. Betinho fala do seu projeto em assumir a presidência do Lions e que isto o obrigaria a viajar muito. Eu, ouvindo a reprise na rádio Caxias sábado, sorri. E pensei: “ele levou a sério”. É que esta história de “vai viajar”, “vai conhecer o mundo”, eu tinha sugerido quando nos encontramos no centro de Convivência da UCS e ele me contou, muito triste, que “teria” de se aposentar.
João Alberto Berthier Vieira, o Betinho. Era um amigo. Leitor desta coluna, as crônicas o faziam lembrar dos seus tempos de Bom Jesus. Perdemos o Betinho nesta semana e foi lembrado que ele “vestiu” a camiseta da UCS. De fato, foram 38 anos de entrega à universidade. Ele fez parte do “pacto do trabalhar de graça” quando a UCS faliu no seu começo, foi o prefeito da Cidade Universitária, com Ruy Pauletti, concretizando muito da estrutura que aí está. E Betinho também foi o mentor das Ações Comunitárias, projeto que colocou a UCS dentro dos bairros, com mais de 300 mil atendimentos na área da saúde. Por último, coordenava a distribuição de bolsas de estudos.
Betinho conta na entrevista que as “ações comunitárias”, a vontade de atuar com os alunos, na verdade, começara em Bom Jesus. Ele chegou no Bonja em 1964 para trabalhar no Banrisul. Lá, conheceu a Bela, a Maria Isabel, sua companheira de toda a vida. E Betinho, por conta da sua habilidade em tocar bandoneon, acabou logo se entrosando e atuou mesmo em várias frentes. Envolveu-se com o Juventude e ajudou a construir o estádio, que até hoje impressiona pela grande dimensão e no centro da cidade. Envolveu-se com a igreja. Criaram um Conselho Paroquial e um outro Comunitário (olha o embrião das Ações Comunitárias da UCS aí) e foi inclusive dar aulas na Escola de Contabilidade, do Ginásio, e na “sexta-série” do Grupo.
Em 1967, entrou para o Lions. Nesse ano, apesar do banco e das aulas, Betinho arranjou tempo para sair pelas ruas recolhendo brinquedos usados, que ia guardando num saco. Em casa, num porão com lâmpada improvisada, reformou 497 brinquedos que foram distribuídos aos carentes no Natal.
Na entrevista, Betinho conta a boa acolhida que teve no Bonja (ele era de Lagoa) e a sorte de ter sogros com visão social. Betinho não menciona, mas a família da Bela tinha forte ligação com os Espíritas. Bela era sobrinha de Francisco Spinelli, o líder kardecista.

Crônica no Pioneiro de hoje.