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segunda-feira, dezembro 31

A alvorada da Capital da Cultura

A candidatura de Caxias à Capital da Cultura 2008 serviu para se retomar a discussão na área. Participei das reuniões que organizaram o que havia de concreto para a conquista, e, obviamente, surgiu uma certa polêmica envolvendo a “política cultural” e como poderia ser aprimorada. Por isso, entraram em pauta assuntos como o Patrimônio Cultural e a sua preservação.
Mas, interessa ressaltar é o tema da candidatura: a diversidade cultural. Caxias é uma espécie de Eldorado. Desde os anos 70, com o término do ciclo da pecuária e exploração dos pinheiros, migraram para cá famílias em busca das metalúrgicas.
Mas não foi só deste contingente de “pêlos-duros” que se formou a mescla de culturas que caracterizam a Caxias atual. Temos aqui, além dos italianos, alemães, japoneses, chineses, bolivianos, um conglomerado de povos que dá a face de 70% da cidade.
Este é o enfoque que será celebrado nos eventos da Capital da Cultura, começando pela Festa da Uva, que traz a diversidade como seu mote. E aqui um receio: se apostar justamente nos grandes espetáculos, que são efêmeros, a Capital talvez se perca.
Por outro aspecto, embora as resistências, o mais importante da conquista foi a disposição em querer aqui a Capital. Foram mais de 35 mil assinaturas com o apoio de estudantes, trabalhadores, entidades, Simon e Pepe Vargas. De salientar, porém, a baixa participação da Secretaria de Turismo no processo. E as ações desta área são essenciais neste momento, porque é na recepção às pessoas que transparecem falhas graves.
Ilustro com um exemplo. Durante a feira, ocorreu o Encontro Gaúcho de Escritores. Tínhamos numa manhã aqui, no mínimo, 50% do PIB Literário de Porto Alegre. Fomos almoçar com estes colegas e, como um deles se atrasasse (autor com trajetória, inclusive ex-exilado), a coordenação da feira foi intimada a “comerem logo para desocupar o lugar”. A “sugestão” foi acatada com a retirada dos mais de 20 integrantes da mesa.
Um deslize, sem dúvida. Mas o que importa é que a “Capital” só se justificará deixando um legado de projetos duradouros, ações de cultura que permaneçam para além de 2008. Aí, sim, terá conquistado o título!
(Crônica para o jornal Pioneiro).


quarta-feira, dezembro 26

Trajetória

Acompanho o Sudão, saco alta de câmbio. Vejo a morte sem crise como a fala de um médium.
Revogar Bom Jesus e tornar principado. Eu só faço gravuras que me lembram de seios.
Iberê, velho bruxo, lamentando a saúde. Segurei já nos braços namorada na chuva.
Me entristece a mentira, a preguiça, pai otário. Já ouvi na Civil muita morte no horário.
Duas mães, uma ex, um silêncio e um lamento. Hoje eu rasgo dinheiro com apartamento.
E queria, minhas mãos, que tocassem viola! Fui oitavo lugar numa Feira de Ciências.
Fiz meu livro, Vitrola, cada faixa que passa. Inventei um leitor, eis a minha trapaça.
Fosse eu engenheiro, arquiteto, assaltante, não devia às leituras do Taba e do Fischer.
Já são quantos os defuntos, alegrias, calvário? Que maluco exercício navegar no meu Google!!
Penso o Rio, Nova Iorque, curto até o Jupiter Apple. Injustiçado e criativo, vocês conhecem a Marcha da Sopa?
Tive gaita-de-boca, esperei no Marrocos. Fui expulso da banda e morei em Toulouse.
Namorei em Lisboa, trabalhei no Correio. Tomei vinho e a palavra do Augusto de Campos.
Em resumo, uma corda, se eu fui condenado. De cinema, o que eu gosto, Era Uma Vez no Oeste.

segunda-feira, dezembro 24

A hóstia grudada

Como o dia de escrever a crônica caiu bem no Natal, e embora não tenha relação direta uma coisa com a outra, vejam que curiosa história de igreja eu vou contar. Vai fazer 50 anos, em Bom Jesus, foi feita a Campanha dos Vestidinhos para “uniformizar” a Primeira Comunhão de 160 crianças. A campanha rendeu muito porque, justamente nesses dias, a igreja vivia sob forte emoção. O papa Pio XII recém tinha morrido e João XXIII ainda não assumira.
Em 1958, Bom Jesus vivia ainda sob uma intensa atuação dos Espíritas (muito fortes na cidade) e a igreja. Por este motivo, os católicos investiam muito em evangelização e preparos de seus seguidores, desde os pequenos até as mais atuantes senhoras, tanto que naquele ano seria criada a Pia União das Filhas de Maria.
E não só. Como a aparição de Nossa Senhora de Lourdes completava 100 anos, o padre Alexandre, com o apoio das irmãs franciscanas, construiu uma gruta em homenagem à santa, que até hoje está lá ao lado do hospital.
Mas, voltando a curiosa história. Aquele ano de 1958 tinha sido mesmo de fortes emoções para os católicos. Além da troca de papa, também um novo bispo tinha assumido. D. Augusto Petró, primeiro bispo de Vacaria, começava a dar as normas do seu governo, que era intensificar justamente os trabalhos de catecismo e evangelização.
Aquelas 160 crianças, que passariam a receber a hóstia, era a culminância de um belo trabalho que coincidia com o gosto do novo bispo.
O curioso é que, logo depois da Comunhão dos “uniformizados”, foram descobertas várias hóstias coladas por baixo dos bancos. E se tratavam de hóstias consagradas. Hóstias profanadas como um chiclé que se gruda no interior da carteira escolar.
Qual a razão da heresia?
Até onde sei, nunca se descobriu a razão e quem praticou tal pecado. Mas D. Augusto não deixaria assim. E ordenou que se realizasse uma “procissão reparadora” de tamanho sacrilégio. E a procissão realmente aconteceu em 18 de janeiro de 1959.
Procissão reparadora de agravos!
Eu nunca tive notícia de uma outra semelhante.
(Crônica para o jornal Pioneiro).

Aos amigos que apareceram aqui no blog neste ano um Feliz Natal. Saúde!!!

quinta-feira, dezembro 20

Calendário

O calendário de linho. Um calendário com doze moças e calendário com os dias para velório no salão.
Um calendário de hortências e gerânios. Um calendário para imprevidentes, calendário com madrugadas de vento e calendário marcando o ano de comer.
O calendário do faquir. Um calendário esquisito. Um calendário da própria criança antes de nascer.
Um calendário pro frio, farinha e árvore, o calendário ilustrado com figuras de Jesus. Jesus sentado, Jesus com Lázaro, Jesus saindo morto de trás de um pedrão.
O Calendário da Ford. Um calendário com marcha, polca e valsa e a partitura bem legal.
Um calendário argentino e um outro em Guarani.
Um calendário de motivos e aquele das obrigações. Um calendário de lágrimas. Calendário de Corte & Cabelo, calendário do aceno e do mais triste adeus.
O calendário dos doentes, dos dias mais honestos e das noites de emoção.
O calendário da imaginação. O calendário falado, da saúde do cavalo, das unhas por esmaltar.
Calendário do quase, do nunca, calendário com reticências, intervalos, que não vira o tempo a passar.

quarta-feira, dezembro 19

Do teu namoro

esse magnestismo
da gaivota no vôo
é virtude que te cabe
da hortelã ter o sabor

do teu namoro,
que perturba sem surpresa
e aconchego bom,
vem o tremer

e que a atração dure
justa,
próxima

terça-feira, dezembro 18

Uma caxiense

segunda-feira, dezembro 17

Maria Amara dormindo

domingo, dezembro 16

Um atrapalho

Ser visita em Bom Jesus. Esta é uma das mais absurdas frases que já escrevi. Eu a repito olhando aqui numa janela do Bonja e é absurda dez vezes mais. Esta sensação de forasteiro que eu jamais ouvi de alguém: do parisiense, “sou visita em Paris!”, de um ausentino, ser visita em São José!
Eis aí uma forma de turismo impossível de comercializar. O reencontro com a tua terra já sem os teus!
Estive agora no Bonja lançando o livro. Fui muito bem tratado, especialmente pela Tia Zêla que é uma criatura de alma sem igual.
Foi bom ter voltado depois de um tempo em que me atrapalhava chegar em Bom Jesus e não ter mais lugar. Não ter mais a casa, não encontrar por lá os mais próximos meus.
Sabemos nós, leitor, não existe coisa pior do que você estar na tua terra natal como um desolado estrangeiro, perdido no teu próprio chão. Aquela forma vazia que descobri saindo comigo para a rua de uns 4 anos pra cá.
Voltei agora e um afeto sempre do Bonja permanece, e eu aproveitei então pra entender a insatisfação de não ter mais paredes, de pensar o cachorro tratado pelo nome em nosso ex-beco, de não querer rever os copos-de-leite ou rosas que sobrevivem decerto no humilde jardim.
O tempo. Ah, só o tempo se encarrega de nos acostumar com esta experiência tão inconcebível, provações da vida, sabe o leitor.
Prometi voltar breve ao Bonja. E isto talvez me sirva para tirar este olhar forasteiro das ruas, sem me sentir mais visita entre os amigos meus.

quinta-feira, dezembro 13

Mais ruas, menos luas

nada a dizer. apenas uma fase de mais ruas, menos luas. tocando o pé pra bom jesus reencontrar meus amigos.
acho que segunda tivemos o show do ano. o velho led em plena forma.
anda escassa coisa bacana aqui na net. até por isso eu também acionei o semancol.
mas vejam este vídeo. muito 10!
clicaaquihttp://www.youtube.com/watch?v=yuJxYmJlEHY&NR=1
Na foto acima, frei Getúlio, num dos carnavais do Juventude, onde estaremos com o livro amanhã à noite.

segunda-feira, dezembro 10

Poesia no Ordovás

O Eucajus, que é poeta e instalou aquele estande com site, blogs e internet pra quem chegasse na praça, durante a feira também lançou um concurso de poesia para estudantes, que teve 380 textos inscritos.
Amanhã, no Ordovás, 19h, acontece a apresentação dos 10 melhores poemas e vamos ver quem se deu bem nesta.

sábado, dezembro 8

Marcenaria do Beleco

— Alô. É da marcenaria?
— Quer jogar que acertou, minha senhora?
— Como assim?
— Quer jogar que é da marcenaria?
— Ãh... Não, eu não quero jogar. Eu só quero um armário.
— Pra mulher ou pra homem?
— Não entendi...
— Pra mulher ou pra homem o armário que a senhora quer?
— Ora, armário é armário. Serve pra homem, pra mulher, até pro padre...
— Quer jogar que não serve?
— Não serve?
— Não serve. Quer jogar?
— Não, não quero jogar. Eu quero apenas um armário. Seja pra homem, mulher, a rainha da Inglaterra. Eu quero um ar-má-ri-o!
— E pode pagar?
— Como assim? Claro que posso, não estaria ligando se não pudesse?
— Quer jogar como não pode?
— Meu senhor... Como é mesmo o seu nome?
— Beleco.
— Olha Seu Beleco, o senhor me diz o orçamento...
— Quer jogar que não dá?
— Ora, quer jogar, quer jogar! Quer jogar que o senhor é louco?
— Essa eu não jogo.
BARULHO NA PORTA. ENTRA O SÓCIO
— Alguém ligou, quem era?
— Uma doida que queria uma armário e não sabia pra quem. Tava indecisa, coitadinha.
— Essa é boa. E você deu o orçamento?
— Eu não. Como ela não sabia pra quem era o armário, eu também não sabia que preço cobrar.
— É isso aí. A gente nunca deve ser superior aos clientes.

sexta-feira, dezembro 7

Vaias para a Aplauso

A revista Aplauso, de Porto Alegre, realiza anualmente uma pesquisa para saber qual a cidade que mais promove eventos culturais no Estado. Constatou-se que Caxias foi a “capital da cultura” este ano.
A revista então mandou produzir uma foto para ilustrar a tal pesquisa, que seria para a edição de novembro. Fui convidado para a foto, que saiu mesmo na capa. Aparece o Iotti, o secretário da Cultura, Antonio Feldmann, o cineasta Lissandro Stallivieri e o escritor... Paulo Nascimento.
Vaias para a revista Aplauso!!!
Então, uma revista que se diz de Cultura trata com tal descuido o que promove?? Longe de ser vaidade minha (tanto que só vi a revista por acaso hoje), mas tamanha falta de cuidado com a “identidade” das pessoas que estampam no rosto da própria revista derruba qualquer crédito. Sequer me entrevistaram, se lixaram também com a legenda.
Eu pensei, não leve a vida tão a sério, deixe pra lá. Mas, um caso semelhante, comigo mesmo esta semana, me faz estrilar agora. Vou para Bom Jesus lançar o livro. Ao meu lado estará a Miriam Zuanazzi, artista plástica. Impressos os convites, constatei que saiu Zuanazzi com dois “enes”. Não tive dúvida. Pedi pra rodar de novo, era uma falta de consideração sair o erro. Marchei com 80 pila!!
Eu pensei: é castigo! É que eu chego a descontar nota com os descuidos dos meus alunos de Jornalismo na UCS. Sou rigoroso com isso que, parece, me persegue. Já fui Pedro Ribeiro na Folha de S. Paulo. No Vitrola, saiu publicado um “recado” da digitadora.
Mas, Paulo Nascimento!! Por que o ato falho? Seria o Tropa de Elite entranhado? Mas eu vou perder a piada pra não deixar passar este mau jornalismo assim de lambuja.
É a minha sina. Vejam esta outra: em pleno TV COM Café, na feira de Porto Alegre, Roger Lerina mostrou o meu livro, dizendo que era bacana e tal, e o Tatata Pimentel, que comanda o programa, me tripudiou largando esta.
“Quem é Paulo Ribeiro?”
Tá vendo, revista Aplauso, eu não existo mesmo. Nem corrijam na próxima!

terça-feira, dezembro 4

Luas no Bonja

Último encontro

não negue tua mão para o aceno
descansem de mim teus braços abertos

segunda-feira, dezembro 3

Vitrola (El tango de Roxanne)

Ciclo

condenado à vida é a sentença do broto
— ou de um pai que sepulta