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segunda-feira, abril 30

Ditando o ritmo

A vida nos pede cópia, casa, sede própria,
a vida nos pede
alegria,
um time,
altivez,
sucesso...
A vida nos pede empenho, amor, jazigo,
nos pede pra fazer nenê.

certeza,
um carro,
um tango,
a vida nos pede saúde e a limpeza do rio.

Que sente. Vá esperar!

pr

domingo, abril 29

Kashmir. Ouçam só!

Transe










sábado, abril 28

Seu Querido e D. Tuca

O Seu Querido, Emílio Breyer, tinha flâmulas só de cavalos, tinha fundado o Aeroclube e arranjado sino, casamento, um potreiro pra igreja.
Seu Querido era muito comunitário e sempre queria saber do tempo por causa dos aterros.
A pasta do Seu Querido tinha a cor do guará e os seus instrumentos de engenheiro.
O Seu Querido tinha os olhos esgazeados verdes, e com esses olhos de Cristo tratava de melhorar o cabelo. E tinha umas bochechas e sempre de suspensórios. Os sapatos eram bem escovados e as calças, sem pregas, era de um vermelho afogueado que lembrava um antigo incêndio.
A cena que se quer falar se passa com o Seu Querido tirando a sua sesta depois do almoço e estão no sombreado do cipreste largo, num doce abrigo de amigos.
O Seu Querido está dormindo com o braço torcido no colo da amada. O Seu Querido tinha bebido à saúde dela e como tinha no cálice a marca dos lábios de D. Tuca, ele tomou várias vezes.
Beijava assim os lábios da D. Tuca e também se embriagava.
O Seu Querido era muito carinhoso e sabia pôr a mão assim na D. Tuca dele com calma. Pousava a mão no joelho da Tuca amada e isso facilitava para que os dois rezassem por eles, pelo amor deles.
E a pontinha da saia da D. Tuca se esgarçava assim subindo na perna dos seus 76 anos.
pr

quinta-feira, abril 26

Passagem

Ginasta em seu segundo passo
Ajoelhada, inteligente, a rua lhe acolhe
pr

quarta-feira, abril 25

Um belo pensamento vem raiando

Avança pelo fio da tarde
até se recolher

se despindo das tralhas
da agenda, telefone
atira-se ao chão

descalça, sai das almofadas
vai para o banho
ficam imagens da tevê sem som

e voltará a pensar no seu cara
nos seus muitos defeitos
na cortina __ até que bem arrumada __
que o imaturo deixou

E sorri

pr

terça-feira, abril 24

Folha de Hoje

O jornal Folha de Hoje foi um investimento arrojado do Paulo Triches, no final dos anos 80, aqui em Caxias. Transformavam a Folha de Caxias, então semanal, num concorrente para o Pioneiro, o único diário. Arrojado, sim, o investimento. A redação informatizada e uma rotativa que proporcionaria a introdução de cores nos impressos da cidade. E não só: a equipe era muito boa. Tinha desde o velho Demétrio, calejado da Caldas Junior, até figuras que estavam ali para pedir espaço, como o Iotti.
Uma equipe capitaneada pelo Paulo Cancian, o Ibanor tocando as pautas, ajudado pelo Braga. Havia gente de São Paulo, Porto Alegre, além da equipe da Folha de Caxias. Em fotografia, então, era time e equipamento de primeira. Paulo Dias, cobra criada de Zero Hora no comando, e foi ele quem fez aquela boa foto de um segurança do Collor armado na Praça Dante, quando o então candidato por aqui passava.
Era 1989, um momento importante do país. Pela primeira vez, depois da ditadura, iríamos eleger um presidente. Conheci Collor em Porto Alegre fazendo banana para quem lhe ovacionava. Depois, aqui, aquele foto na capa que saiu até na Folha de S. Paulo.
Eu era um dos recrutados pelo Cancian. Estava fazendo bicos na Manchete. Lá, soube do projeto do Triches, que era conhecido pelo futsal da sua Enxuta.
As condições eram boas e o salário idem. Até mesmo ficamos no Hotel dos Pasquali na chegada. E trabalhamos muito. A Folha foi implantada e marcou o jornalismo caxiense. Os textos bons e a diagramação moderna. Um jornal discutido na sua construção, com pautas bem apuradas e lances de coragem.
Tentou-se o jornalismo investigativo e de denúncia. Depois, a própria Folha se embretou numa cobertura de polícia que encontrou limites.
Fazíamos, com o Dhynarte, a Iva e a Luciane Alberti, o Folheto, o caderno de variedades. Sai. Mas, em 1994, estava no fechamento da Folha.
Nos dispersamos. Muitos vieram para o Pioneiro, outros, não se sabe. E há um reencontro programado para 19 de maio. Teremos o que recordar.
Crônica de amanhã no Pioneiro.

Luzes sobre a escuridão

A luz entra, reflete no chão. Ricocheteia na parede e, translúcida, ultrapassa o limiar do pensamento. A claridade que invade ambientes, sorrateira por janelas e frestas nos telhados, se constitui na mostra que está no Quiosque de Exposição da Universidade de Caxias do Sul.
Lá, a fotógrafa Liliane Giordano mostra em 12 fotografias que o olho não vê o suficiente para perceber o que se passa ao longo da imagem. É preciso exercitar o pensamento também. Por isso, confiou ao jornalista e escritor Paulo Ribeiro o desafio de interpretar o que está sendo visto, como uma forma de ambientar o olho de quem apreciará Sótãos e Porões, exposição em cartaz até o dia 13 de maio.
- Precisava de uma legenda. Fiquei surpresa e emocionada com a leitura que o Paulo fez. Deu mais vida às imagens - elogia Liliane.
É com elas que o observador é conduzido aos mistérios empoeirados desses lugares que habitaram o imaginário da infância de muita gente. Durante o final de 2005 e parte de 2006, a fotógrafa de 32 anos percorreu pelo interior de Caxias as construções que exibiam essas dependências. Em muitos casos, Liliane só teve o trabalho de pedir aos donos que a deixassem fotografar.
- Eu gosto muito de coisa velha, de resgatar o antigo. Esses lugares têm um mistério a ser descoberto, sempre tem uma coisa nova dentro do antigo - analisa.
As descobertas aparecem com a luz que guia os recônditos ambientes, todos eles captados durante o brilho da manhã. A mostra fotográfica percorrerá uma extensa lista de lugares até outubro. Em Caxias, entre maio e junho, estão previstas exposições no Prataviera Shopping e no Campus 8. Natural, sem manipulação eletrônica, a imagem captada por Liliane divulga os ambientes escondidos pela penumbra. E mostra que a luz pode revelar mais do que o olho percebe.
Matéria de Tiago Garziera, no jornal Pioneiro de hoje.

segunda-feira, abril 23

Um amor

um amor agora sim sem remorso
um amor agora sim, aconchego
um amor agora, sim, que é bondade,
surpresa, namoro inteiro:
é a parte que te cabe apesar dos casados
pr

domingo, abril 22

Sótãos e Porões

Nesta segunda, às 20h, no Quiosque de exposições, na Cidade Universitária – UCS – tem a abertura da Mostra Fotográfica de Liliane Giordano, autora desta foto aí de cima. Eu fiz os textos-legendas para o seu excelente trabalho, que registra flagrantes dos interiores de casas da região serrana. Aqui na UCS vai até 13 de maio a exposição.
Veja o restante da trajetória da mostra Sótãos e Porões:
14 de maio a 3 de junho
Prataviera Shopping
4 a 28 de junho
Campus B – Cidade das Artes
2 a 27 de julho
Câmara Municipal de Caxias do Sul
1 a 20 de agosto
Museu Municipal de Caxias do Sul
17 a 29 de setembro
Martcenter Shopping
1 a 31 de outubro
Solar dos Câmara na Assembléia Legislativa do Estado

sexta-feira, abril 20

E agora?

E agora, perguntou o poeta.
E agora?, indagava-se Nietzsche ao reler Schopenhauer.
Primata pós-moderno, tua incerteza perdura!

E agora, se a cura é difícil?
E agora, se o degelo acontece?
E agora como ainda ter filhos, quando há mãe em coma, o que reclama vontade?!
E agora se importuna uma lágrima?
E agora, casamento desfeito?
E agora. E agora?
O cartão te fatura.
E agora se manter por trás do blog!
E agora, se a roupa está suja e a solidão é mais limpa?
E agora?

pr

A sombra que precede a arte

Ser antes rio, que o dilúvio.
Ser antes ponderado, que o grito, um urro, não perder o humor.
Esta é a regra que se traçou: a calma, o entendimento e a compreensão do correr da vida, ser um feliz convidado à casa do pai.
Mas, não o tive!
E aqui a mula manca. Fui sombra apenas, antes, dele, do pai que andou.
E engana-se agora quem ler aqui a lamúria, a queixa, uma não resolvida relação.
Nada disso, porém, é. O que há aqui é a calma e o entendimento e a compreensão regrada pela criação.
O que se poderia pensar revolta, acerto de contas, é a arte a se manifestar.
Na casa do pai havia luz. Vista agora de fora!
pr

quinta-feira, abril 19

A Antártica do André Costantin

O jornalista e cineasta André Costantin, ex-aluno aqui da UCS, esteve recentemente na Antártica colhendo imagens para um documentário que será exibido na RBS TV. André estará amanhã, sexta, a partir das 8h, no Bloco J da universidade, falando sobre a sua experiência com os alunos da disciplina Redação 2. Será um encontro legal, pois ele também falará da série Os Viajantes, da qual também participou.
A foto aí é uma palinha das imagens que o André trouxe.

quarta-feira, abril 18

Sótãos e porões

Convite da mostra fotográfica da Liliane Giordano, que começa na segunda, no Quiosque de Exposições da UCS

Admirável mundo caseiro

Sábado, pela manhã, peguei caderno e canetas e fui sentar na Praça Dante. Observei o ambiente, gente caminhando, artesãos com suas barracas e garotas que distribuíam panfletos.
Estava bom ali, mas eu não estava pra passeio. Mãos à obra, primeiro desenhei a catedral e uma revoada de pombas com um céu forte de fundo. Ia chover logo à tarde.
Depois, passei à Gígia Bandera, aquela estátua nua que é obra do Bruno Segalla.
Numa terceira gravura, desenhei o chafariz. Bons rabiscos, até que não fiz feio.
E, por último, a garota que distribuía panfletos, papéis de uma loja que faz fotografias de crianças. Valeu a minha manhã o desenho da moça, que depois chamei de Artesã, embora os artesãos estivessem lá do outro lado.
Prontas as gravuras (que não aprimorei porque saíram espontâneas) apenas atravessei a praça e entrei no Cybercafé, a loja de informática que temos junto à parada de ônibus.
Minutos depois os desenhos estavam escaneados e as criaturas da praça estavam em minha casa antes mesmo que eu chegasse.
Pois bem, antes das 14h eu já havia postado as gravuras feitas perto das 11h na Dante.
O título era: Manhã de hoje em Caxias do Sul.
Dando sorte, às 14h5min, a praça, as pessoas, até mesmo o abafado que precedia a chuva (não era foto, era o meu próprio punho) poderia ser visto na China, em Gamboa, ou em Tóquio.
É admirável isto! O universo on-line nos faz experimentar percepções não vividas. Antes, era impensável o que fiz. Estar vivendo a praça e passar ao desenho e logo correr o mundo a cidade onde vivo.
Valeu meu sábado!
Crônica de hoje no jornal Pioneiro.

terça-feira, abril 17

A música é boa. Não atrapalha a música, valeu?!

De novo você veio. Vai falar da mulher, eu levanto!?
De novo, não. Tá vendo! As garotas afastaram as cadeiras.
Por quê?
Re-pe-ti-ção!
A TUA mulher...
De novo a conversa da sexta que passou???
Vamos combinar: o bar é bom, a música, possível, o campari é doce e depois amarga.
Mas este papão outra vez???
Pelo menos hoje deixa a gente ouvir.
Se te trocaram, bailou, dançou. Mas o que o mundo tem a ver com isso?
Você viu? Afastaram as cadeiras. São as mulheres do mundo e acho que era com você!
Você e TUA mulher e as mulheres que sobraram no mundo se afastaram agora.
Você está num bar, meu camarada! Você está num bar e novamente este papo...
Quer saber, o que era, já era, e ninguém veio aqui pra saber...
Isso é um bar e num bar se dizem as coisas necessárias para quem quer sobreviver... Sobreviver a si.
Quanto ao mais, poste no Orkut!
pr

segunda-feira, abril 16

Cotidiano Nº 1

Entre abril e maio se ganhou criança, casaram com o padre, outros no civil.
Entre abril e maio se mudaram senhas, fizeram silêncio, trocaram de amor.
Entre abril e maio emendaram cordas, aumentaram os preços, um sonho floresceu.
A morte fez visita, a loja propaganda, houve calma na aflição.
Entre abril e maio abriram até herança, fecharam pra remorso, tivemos muito humor.
Chegou-se atrasado, espalhou-se aquele afago, curou-se pedra no rim.
Houve amor, escova-de-dentes, calo, bexiga, lucros e perdas, acarinhou-se a mulher assim...
Sono e sol. Suborno e varanda. Teve alguém com 12 filhos que foi morar no Rio.
Entre abril e maio não sobrou dinheiro, nunca sobra, não fizemos o Gol Mil!
Patuscada, loja em calçada, tudo de ocasião.
E tentaram imitar, enganaram, como sempre, ad eternum, morreram de rir de nós.
Entre abril e maio cometeram erros e foram sinceros ao bater portão.
Expandiram as contas, beijaram na boca, pararam o Brasil.
Entre abril e maio foram à lavoura, coitados, dançaram apressados e tiraram o chapéu.
Entre abril e maio flanaram o carro, dos outros, consumiram a chuva, aos poucos, pisaram num fio.
Entre abril e maio cagaram os morcegos e lembramos de Deus!
pr

Gígia Bandera

Visão noturna da obra Gígia Bandera, do artista plástico Bruno Segalla, na Praça Dante Alighieri em Caxias do Sul.
Luísa Eberle, a Gígia, foi a companheira de Ábramo, e esteve ao seu lado no batente quando da implantação da metalurgia por aqui.

sábado, abril 14

Manhã de hoje em Caxias do Sul

A Catedral
Gígia Bandera

Chafariz

Artesã

Comemoração

Comemora-se o que se tolera?
Data de amada, aniversário de morta, se comemora com o coração?
Comemora-se carro, neta, tijolo, comemora-se, é a festa dos tolos, se comemora a intenção de perdoar.
Comemora-se o deixar de pedir: amor, que engravide!, voa pássaro!, o que se busca às catas, se comemora o que mata, a mira feita em nós.
Comemora-se. Com palma, em lata, tanto faz!
pr

Pink Floyd de sugesta

sexta-feira, abril 13

Natureza perfeita

A grávida afina a vida
pr

Teus cabelos como um barco

teus cabelos destampam
declinam
despontam
e catam
se ventam,
vela
e mastro!
teus cabelos encarambolam
pr

Esperança

acreditar pretende
acreditar se chove
pr

quarta-feira, abril 11

Capital da Cultura IV

Há muitas razões para justificar a candidatura de Caxias à capital da cultura em 2008. A mais visível delas: a candidatura já serviu para levantar uma discussão produtiva, sobre se a cidade tem ou não condições para tal, e, se não tem, o que deve fazer para ter. A polêmica criada pelo anúncio coloca a cultura da nossa cidade, todas as suas formas de organização e manifestação, no divã. A secretaria da Cultura tem cumprido seu papel? A candidatura nos permitirá conhecer, pelo menos em parte, a resposta a essa pergunta, e nesse ponto cai por terra a teoria daqueles que acreditam em uso político, em jogada de marketing. O raio-x ficará à mostra, para quem quiser ver, como uma prestação de contas. Nenhum político, muito menos da área da cultura, que se intitula formadora de opinião, levaria adiante esse julgamento público, se não tivesse plena convicção do que fez e do que ainda precisa ser feito.
A candidatura é boa porque também coloca os artistas e os meios de comunicação contra a parede. Como anda a produção cultural caxiense? Qual o padrão de qualidade da literatura, das artes plásticas, da música, da dança, do cinema produzidos aqui? Qual o grau de envolvimento da imprensa e dos artistas pela cultura da sua cidade? O dinheiro dos mecanismos de incentivo à cultura está sendo bem aplicado? Está servindo para impulsionar novos talentos, para uma constante renovação, ou para financiar um ciclo vicioso que envolve sempre os mesmos nomes? De que forma os artistas estão comprometidos em transformar os incentivos recebidos em bens culturais que, efetivamente, contemplem a comunidade caxiense?
Minha opinião é a seguinte: sou a favor da candidatura. Acho que Caxias tem condições de se candidatar — e que tem chances de ganhar o título, e a bem-vinda verba que faz parte do pacote. Não é um sonho impossível (“ter de ganhar o céu estando na terra”, como em Dom Quixote). Chego a essa conclusão com uma análise comparativa. Que outra cidade do Brasil tem duas leis municipais de incentivo à cultura? Que outra cidade do interior tem uma equipe e um projeto criados exclusivamente para difundir o livro e a leitura? Que outra cidade do interior tem uma Feira do Livro expressiva no estado como a nossa? E o Tapete Mágico, o Concurso Anual Literário, a Companhia Municipal de Dança, a Orquestra de Sopros, o Centro de Cultura, a sala de cinema?
Ainda há muita coisa por fazer, é verdade. E como fazer o que falta? Uma sugestão: ser a capital da cultura em 2008.
O texto acima é do jornalista Gustavo Guertler, proprietário da mais nova editora de Caxias, a Belas Letras.
A foto é de Liliane Giordano.

terça-feira, abril 10

Surrealismo

Hoje, eu tive de sair do ônibus e atravessar uma massa de metalúrgicos que bloqueava todos os caminhos. As palavras de ordem que se ouviam:
Não ao fim das férias!
Não ao fim do 13º Salário.

Eu segui pra universidade então caminhando e pensando neste surrealismo.
Não estamos sob o governo Lula?!?!
pr

Capital da Cultura III

A candidatura de Caxias à Capital da Cultura em 2008 tem servido para algumas coisas. Antes de tudo, o melhor é que se voltou a discutir ações nesta área semanalmente. Tenho participado de reuniões que organizam o que temos de concreto para a conquista.
Além de se traçar estratégias, se tem colocado em pauta assuntos como o Patrimônio Cultural da cidade. E tenho feito descobertas. Por exemplo: eu não sabia que o meu amigo José Clemente Pozenato (quando secretário da Cultura) havia lançado um projeto de criar um local, mais amplo e arejado para a Biblioteca Pública.
Soube que o plano seria construir três pavimentos acima da Casa da Cultura, com estrutura metálica, para a transferência dos livros.
Ô, Pozenato, não precisava tanto!! A idéia é ótima, mas vocês devem lembrar dos tratores de nosso carnaval que falei aqui semana passada!!!
Trecho da crônica de amanhã no jornal Pioneiro.

sábado, abril 7

Pausa




Haikai

despe verte bebe
Cede!
sede
pr

Magia

As linhas da idosa até que agraçam
a boca de um anjo que costura
a velha veste roxo como um mastro
seus dedos esqueletos que tateiam
a corda de tecido ela enforca
nos rastros bem cinzentos que lhe escapam
desenha um barco à unha é o que inventa

e os olhos da criança acendem e apagam
pr

sexta-feira, abril 6

A paixão

A paixão do corpo, do morto, mistério, a paixão feita remorso, a paixão inteira por nós.
A paixão das rezas, a paixão dos curvos joelhos, a paixão das cadeiras viradas, testemunho dos garçons.
A paixão da noite e a paixão dos que sobem ao altar.
A paixão luterana, de Oxóssi, a paixão dos pés descalços, de um bem relacionado bebum.
A paixão do cálice. Do tende paixão em Cristo, a paixão humana e arte em sua cruz de pau!
Arde em paixão dolorosa, a paixão ferida e chaga, a paixão dos faxineiros, dos amores de motel.
A paixão de Madalena e a mesma paixão de Jesus.
Passion, passion, passion, now!
A paixão sem idioma, a paixão com língua, malícia, a paixão que é pura carícia de um demorado tesão.
A paixão hortelã, a paixão do beijo, enfim.
A paixão das amadas! A paixão das insatisfeitas. Paixão, não caridade, paixão que dá saudade, Senhor!
Paixão que é desaforo, piedade, jamais!
Paixão que afama, relaxa, paixão que logo passa, Floripa no verão.
Flor,
rosa,
a paixão de Cristina.
A paixão camisa aberta do mais carnal amor!
pr

quarta-feira, abril 4

Capital da Cultura II

Desde que fui prestigiar o carnaval de Caxias e entrou um trator puxando um carro alegórico, não apareci mais. Dói confessar, porque a imagem demonstrava o esforço daquela comunidade em estar ali para o desfile. Mas, ao mesmo tempo, escancarava como é incipiente o nosso carnaval. É a área que mais precisa de apoio.
Por outro lado, estamos avançados na área da cibercultura, com os projetos de Diana Domingues da UCS.
Pego estas duas pontas da cultura (este paradoxo de uma produção de primeira frente aos primórdios de nossos carros alegóricos) para falar ainda da candidatura de Caxias do Sul à Capital Brasileira da Cultura em 2008.
Já escrevi, penso que a Secretaria está certa em candidatar, embora as enquetes por aí induzam à dúvida. Ora, mais do que ter condições (e é incrível como não se sabe da quantidade de produtos culturais que temos), Caxias precisa desta referência nacional.
Entre tantos motivos, ser a Capital é oferecer cultura exatamente a estes 80% (na enquete da tevê) que disseram não à candidatura. Os shows, obras e projetos não estão chegando a estas pessoas. E olha que, fora Porto Alegre, Caxias é quem mais promove no Estado.
Por outro lado, se questiona a nossa política cultural. Isso também há. Foi iniciada na gestão de Tadiane Tronca e agora tem continuidade com o Antônio Feldmann. Precisa é ser cobrada. Quantas cidades têm um Fundoprocultura no Brasil? Conte nos dedos!
Por isso, fico surpreso que haja resistência à candidatura. Para se ter idéia, São João del-Rei, a cidade escolhida para ser a capital deste ano, captou R$ 63 milhões a partir de projetos apresentados à iniciativa privada. Projetos que tiveram garantias do Ministério da Cultura e da Unesco.
Não é pouca grana. Digamos metade desse dinheiro aqui. Já pensaram? O que o nosso patrimônio histórico poderia? E nosso carnaval? Haveria oficinas de fantasias, alegorias, de carros alegóricos, o fim dos tratores!
Está circulando uma carta de adesão dos caxienses à candidatura da cidade. Eu pediria que assinassem.

Crônica de hoje no Pioneiro. A foto aí de cima é do Ricardo Wolffenbüttel, de beleza plástica que justificaria uma exposição. E há outros fotógrafos na cidade pedindo espaço. Por isso, esta estória de ser "Capital".

terça-feira, abril 3

Coração

Ora, tristeza
Ora é amor
O coração não combina o que quer
Comporta o vício
o nome feio

ah, o coração e o seu sustento!!

pr

Balada para un loco

ASTOR PIAZZOLLA
escuta aí Amelita:

segunda-feira, abril 2

Antes

Se antes há vida
aflora
a sombra vem antes
da aurora
se põe na cabeça
o que humora
a justiça dos autos
demora
a ausência de antes
se chora
a cortina foi vento
embora
e o minuto seguinte
faz hora
ser antes traído
por mim, agora!

pr

Arte

a mão que modela
um busto
é a música que de susto

teia

um tom

no arbusto ouvido

pr